Além do Pensamento Comum

Alguns leitores e leitoras do blog, entre elas a supervisora de ensino da Diretoria de Assis, Rosemary Trabold Nicaci, sugeriu postar nesse espaço, experiências, depoimentos e reflexões de alunos e alunas de Filosofia do ensino médio, da rede pública, ou outras experiências diversas.

Para melhor compreendermos o papel da Filosofia no Ensino Médio, iniciamos esse artigo citando os Parâmetros Curriculares Nacionais (PCN) que trata da atividade filosófica dessa forma: “A nova legislação educacional brasileira parece reconhecer, afinal, o próprio sentido histórico da atividade filosófica e, por esse motivo, enfatiza a competência da Filosofia para promover, sistematicamente, condições indispensáveis para a formação plena da cidadania.” (PCN, IV, p. 45).

Com base nas sugestões dos leitores do blog e do PCN iniciamos esse espaço com produções de alunos. Veja a competência e sistematização reflexiva da aluna Liziane Barroso de Souza, terceiro ano do Ensino Médio, período da manhã da Escola Estadual “Dr. Clybas Pinto Ferraz” – Assis - SP, no ano de 2008. Ela foi voluntária na produção desse texto.

Nesse caso, pediu-se que a educanda refletisse sobre qual a importância da Filosofia para ela, estudante do ensino médio. Leiam com atenção:

“A Filosofia, uma das disciplinas presentes no Ensino Médio, é muito importante para todos; principalmente para nós alunos, pois através dela podemos ir além do pensamento comum. A Filosofia nos faz enxergar as coisas além do que elas parecem ser. Com ela, aprendemos a valorizar as diferentes opiniões que temos referente a diversas coisas, que acontecem em nosso cotidiano, nos dando maior liberdade de expressão devido à importância dos diversos conceitos que ela nos oferece.

Por meio dela, podemos formar nosso caráter cidadão, pois aprendemos não só a aceitar as coisas como elas são, mas também questionar o porquê delas serem assim; deste modo conseguimos conquistar nossos direitos não deixando de lado os deveres que devemos cumprir.
Enfim, a Filosofia tem grande influência em nossas vidas. Pensamos de maneira filosófica sempre que questionamos algo, ou seja, pensamos e agimos filosoficamente todos os dias sem perceber que estamos agindo assim. Através dela conseguimos elaborar melhor nossas idéias, indo além do que as pessoas irão pensar”.

Esse texto e outras experiências educacionais filosóficas podem ser encontrados no CADERNO DE EXERCÍCIO (Filosofia em sala de aula), na Revista Filosofia Ciência & Vida, da EDITORA ESCALA: maiores informações visite o site: http://www.escala.com.br/ ou pelo endereço eletrônico: filosofia@escala.com.br.

Participem e deixem a sua opinião, sobre jovens pensadores, estudantes do ensino médio de algumas das nossas escolas públicas estaduais.

Por Márcio Alexandre da Silva (Márcio Alexandre da Silva é formado em Filosofia e educador da rede pública de ensino do Estado de São Paulo- Assis - SP)

13 Response to "Além do Pensamento Comum"

  1. Márcio Alexandre da Silva says:
    21 de março de 2009 às 09:58

    Sabemos que a realidade educacional no Brasil é conturbada quase caótica.
    Experiências como essas (alunos e alunas produzindo algo), são expressivas. Embora temos ciência de que a educação esta aquém do que a aprendizagem pode proporcionar há uma pessoas, formação plena e cidadã e habilidades básicas para ingresso no mercado de trabalho.
    Mesmo nesse contexto, esses espaços são formas de valorizar nossos alunos que são injustiçados por uma escola que os infantiliza depois pede atitudes de maturidade. Primeiro ela [Escola] os trata com criança depois pendem maturidade! Irônico?
    Do ponto de vista filosófico, é preciso quebrar o mito de que jovem e adolescente não gostam de pensar e filosofar.
    Lanço um desafio os jovens e adolescentes são os principais pensadores da sociedade, pois são capazes de questionar o mundo imposto a eles! Quem discordar opine.
    E analisem o texto da aluna Liziane.
    MÁRCIO ALEXANDRE DA SILVA - ORGANIZADOR DO ARTIGO

  2. Anônimo Says:
    22 de março de 2009 às 18:44

    Parabéns à jovem Liziane pela sua explanação tão clara e objetiva, definindo e explicando, com muita naturalidade, o que vem a ser filosofia, sua finalidade e sua aplicação. Um elogio também ao site pela iniciativa do prof. Marcio.

  3. Anônimo Says:
    23 de março de 2009 às 03:42

    Saudações a todos! Se conseguirmos formar estudantes conscientes do seu papel, certamente teremos um mundo mais justo. A estudante Liziane deu um belo exemplo. A Filosofia está aí para contribuir com esse processo. Parabéns professor Márcio pela iniciativa do blog.

  4. Márcio Alexandre da Silva says:
    23 de março de 2009 às 09:33

    Agradeço ao João Roberto, pelas palavras elogiosas.
    MÁRCIO ALEXANDRE DA SILVA - ORGANIZADOR DO ARTIGO

  5. Márcio Alexandre da Silva says:
    23 de março de 2009 às 09:34

    Obrigado Moises pela participação.
    MÁRCIO ALEXANDRE DA SILVA - ORGANIZADOR DO ARTIGO

  6. Blog do Iranilson says:
    23 de março de 2009 às 12:58

    Meus sinceros parabéns à aluna Liziane! São exemplos como estes que devemos incentivar,pois cabe à juventude a heróica e histórica tarefa de erguer a grandeza deste país, que a despeito das mazelas,m dos péssimos exemplos vindo dos poderosos, ainda temos fé inabalável em jovens esta esta aluna. Vá sempre em frente!

  7. Anônimo Says:
    25 de março de 2009 às 06:36

    Liziane,
    Seu texto é instigante. Surgem-me algumas perguntas: o que significa "ir alem do pensamento comum"? o que seria um pensamento não comum ou in-comum? Em que se diferenciaria? Quais seriam as suas características? Por que ele seria importante? Obrigado por pensar e ajudar a pensar. Walter Kohan, professor da UERJ

  8. arioba Says:
    31 de março de 2009 às 12:51

    O texto da aluna é realmente instigante. Estamos buscando subsídios na classe docente, porque parece faltar claramente na classe discente!!

    Qual é o paradigma da filosofia? Acho que está na compreensão melhor da mente humana, uma vez que a psicologia está meia dividida entre as condições "mentais", e as condições "cerebrais". Mente não é cérebro, e isso é um dogmatismo cientíco que dificulta o avanço da própria ciência, principalmente na área comportamental.

    Quais são os acervos de conhecimentos humanos que conhecemos? Para mim, são 3: RELIGIÃO, CIÊNCIA E ARTES, e se definíssemos melhor os respectivos paradigmas, poderíamos entender que filosofia seria apenas um "ramo da relgião", que entretanto, está equivocadamente confundida com "igreja"! E aí começam as confusões!

    Eu acho que a educação deveria estar fundada nos tres acervos de conhecimentos, que não comportam dogma de fé algum, são conhecimentos apenas. A religião tem o paradigma básico do homem como "corpo+espírito", sendo que o segundo tem o atributo da inteligência. E comportamento significa "ação da inteligência"!! A ciência cuida claramente do "corpo" como matéria, cérebro é matéria!!

    Que tal o corpo discente começar a reciclar seus "padrões de conhecimentos"? Se a ciência é "exigida na escola", por que não a religião e a arte? O automóvel moderno só é diferente do Ford Bigode pela "arte", como performance, conforto, etc. isto é, pela excelência da ética, que tanto promove o conhecimento da ciência como também da religião. Os dogmas de fé das igrejas e das universidades (são empresas) complicam isso!!

    arioba

  9. arioba Says:
    31 de março de 2009 às 12:55

    desculpem-me amigos, troquei as bolas, onde se lê "discente", é "docente" e v-v.
    arioba

  10. Márcio Alexandre da Silva says:
    31 de março de 2009 às 14:52

    Penso que um preconceito contra a filosofia é relacioná-la com a religião.
    São duas ciências essências, mais distintas. Que podem e devem travar diálogo uma com a outra. Fundi-la será assassinar as duas.
    MÁRCIO ALEXANDRE DA SILVA - ORGANIZADOR DO ARTIGO

  11. Márcio Alexandre da Silva says:
    31 de março de 2009 às 14:55

    Ari, nas escolas públicas tem a disciplina de artes. E estão colocando em algumas séries (8ª série ou 9º ano).
    Mas suas observações somam a essa importante discussão. Obrigado!
    MÁRCIO ALEXANDRE DA SILVA - ORGANIZADOR DO ARTIGO

  12. ejalmeida says:
    10 de maio de 2009 às 18:32

    Que bom que alguns alunos estão se interessando pela filosofia.Numa sociedade que preza pelo prático e pelo útil como na Pós-modernidade.
    Vejo que pelo mesnos no interior do Estado,os alunos parecem refletir mais,e valorizando a filosofia.Aqui na grande São Paulo,infelizmente há um desinteresse e, falta de educação com os professores por parte dos alunos.E ainda mais,a violência verbal em sala de aula.Eles só querem nota para depois poder obter um certificado.Que pena!E ainda com a complacencia de alguns diretoresm de escola, para que os professores não reprovem o aluno.E vejam só,tudo isso pelo famigerado bonus que o Estado instituio e assim a escola alcança uma notade aproveitamento.
    Ednaldo J A
    ejalmeida1@ig.com.br

  13. Anônimo Says:
    21 de dezembro de 2009 às 18:39

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