OLIMPÍADA E FILOSOFIA

Embora o investimento no esporte no Brasil não seja bom, ainda assim, isso não justifica a pífia participação do Brasil nas Olimpíadas de Pequim 2008.

O pensador grego Pitágoras de Samos, que viveu num período nascente da Olimpíada, classifica três figuras importantes para definir o papel do filósofo fazendo um paralelo com os Jogos Olímpicos. No início das Olimpíadas, existem os personagens emblemáticos dos comerciantes, atletas, e o que vai aos Jogos Olímpicos apenas para observar.

Os comerciantes: no período primórdios das atividades olímpicas os vendedores iam aos eventos esportivos, unicamente com intuito de vender seus produtos, eles nem se importavam com as competições, pensavam apenas em lucrar.


Os atletas: que na época grega eram aqueles que competiam para tornar-se virtuosos, pois ter corpo atlético era sinal de virtude para aquela época. Os competidores procuravam competir apenas pela honra de se consagrar campeão.

Os observadores: estes eram poucos, mas segundo Pitágoras, se assemelham aos filósofos. Não se deixavam mover por interesses pessoais como os comerciantes, não se deixavam levar pela vontade de competir para obter a glória. Mas o bom filósofo no sentido grego é aquele que olha o contexto, contempla (eleva os pensamentos ao mais alto nível intelectual), tem critério no julgamento. Esses observadores filósofos iam às Olimpíadas apenas para contemplar como os atletas competiam em busca de glórias, como os vendedores só pensavam em lucrar e nosso próprio bem estar.

Ao trazermos esse pensamento para a nossa realidade notamos que poucos atletas competem por prazer e sim pela gana de serem famosos e cada vez mais ricos. Os vendedores são as pessoas que só pensam no favorecimento próprio, num consumismo desenfreado. Os filósofos de hoje são os intelectuais que pensam sobre a situação em que vivemos, refletem, propõe, mas vemos muitos filósofos (pensadores da elite) na contemporaneidade que se vendem por ideologia política dominante, sempre pensando em favorecimento.

Ser filósofo não é ter feito o curso de filosofia - isso é pouco. É refletir sobre nossa vida, o nosso ser, agir, viver, pensar. Os filósofos-pensadores de hoje devem resgatar a mais genuína definição de amante da verdade e amigo do saber, de forma imparcial e livre.

Por Márcio Alexandre da Silva (Márcio Alexandre da Silva é formado em Filosofia e educador da rede pública de ensino do Estado de São Paulo)

6 Response to "OLIMPÍADA E FILOSOFIA"

  1. Unknown says:
    23 de agosto de 2008 às 11:05

    Foi muito bem ressaltado o objetivo da maioria das pessoa nessa olímpiada. Os competidores é claro, como o próprio Mácio diz está interessado apenas em ganhar, se tornar famoso e mais rico. Creio que não exista hoje um só competidor que esteja ali simplismente por prazer ao praticar sua modalidade. A colocação dos filósofos também foi ótima. Hoje somos nós esses filósofos que observamos e refletimos sobre o que está acontecendo nas olimpíadas. Desse modo podemos perceber que temos que ter um olhar filosófico pra tudo em nossa vida.

  2. Márcio Alexandre da Silva says:
    25 de agosto de 2008 às 06:57

    A colaborada Amanda entendeu bem a essência do texto e a falta de esportividade e o interesse pelo dinheiro nas competições esportiva.

  3. tuim says:
    25 de agosto de 2008 às 12:05

    O professor Marcio, colocou muito bem em sua coluna, a postura de como os atletas as na grécia, competiam suas modalidades.
    O amor para tam modalidade, era a beleza, pois seu objetivo, não era de bens, mas sim o espirito de competir. No entanto, isso é uma virtude, no qual aristótes nos fala também. A virtude mesmo sendo relacionada a "NÓS" (eu), não será virtude se for para um bem próprio, mas será virtude quando for favorecer uma sociedade. Seu gesto de coragem será "respeitado", para quando for universal.
    Pensar no bem próprio, esta longe, para uma boa competição.
    Assim como os atletas que competiram as modalidades, que possam cada vez mais, ser modelos dos antigos atletas em que a filosofia nos mostra.
    Até mais professor Marcio, seu texto esta cada vez mais fantastico.

  4. Márcio Alexandre da Silva says:
    26 de agosto de 2008 às 10:01

    Agradeço a participação do popular Tuim, essas colaborações contribuem para o nosso crescimento. Continue participando. Muitíssimo obrigado.
    Autor do texto: Márcio Alexandre da Silva

  5. ÃNDREZZA Says:
    20 de março de 2013 às 19:23

    ~Muito bom texto, ótima abordagem sobre o assunto parabéns!

  6. Juliano Viega says:
    20 de fevereiro de 2020 às 04:24

    Já ouvi isso na faculdade, porém não encontrei a fonte