O que é liberdade? Se fizéssemos essa pergunta a um detento ele teria uma resposta, a um jornalista num regime ditatorial obteríamos outra argumentação; se perguntássemos, ainda, a um filósofo, ele daria a sua definição, talvez igual à dada pelo existencialista Sartre que afirma que somos condenados a ser livres, ou outras definições. A verdade é que se diz, se lê, ouve constantemente nos meios de comunicações sociais sobre liberdade na nossa sociedade, liberdade de expressão, de ir e vir, de pensamento, imprensa e tantas outras liberdades. Mas o que é liberdade? Como ser livre? E mais, como ser livre e ético? Num mundo de tantas “facilidades”.
Primeiro vamos definir o que precisamos efetivamente para exercitar a nossa liberdade ética? Penso que, antes de procurarmos reivindicar o nosso direito de sermos livres, devemos buscar auto controle interior, primordial para exercermos a nossa liberdade. Você controla a sua vida? Se sim se considere autônomo. Se não, como pode abdicar desse controle existencial e delegar a outra (as) pessoas essa função, tão particular. Ninguém pode controlar a sua vida? Muito menos você as dos outros!
Questões temporais são fundamentais para contextualizar-se dentro de uma possibilidade de tonar-se um ente eticamente livre. Lembre que você existe no tempo e no espaço, o tempo convencionalmente foi dividido em presente, passado e futuro. Se você perder a sua autonomia (controle de si) você perderá a força para enfrentar as dificuldades que virá. Se você perder a força, não vivera com fecundidade o momento presente e, se não viver o momento do agora baseado em seus valores, estará enterrando para sempre o seu passado e dificilmente conseguira ser livre. O passado é o ontem e nada podemos fazer ou mudar, o futuro será o amanhã que não sabemos se será ensolarado e florido ou nublado e opaco. Então nos resta pensarmos no momento presente, vivê-lo intensamente com a certeza de respondermos pelos nossos atos num futuro bem próximo.
Como podemos saber se somos eticamente livres? Ser ético é escolher entre o bem e mal. Você deve sempre fazer suas próprias escolhas sabendo que arcara por elas. Toda liberdade implica escolha, e não há escolha sem responsabilidades e responsabilidades nos remetem as conseqüências éticas boas ou más. A ética não é uma massiva santificação das pessoas. Nunca pode ser vista como uma força, forjadora de decisões, inibidoras da liberdade.
A solução para os problemas do mundo esta na unidade ética, numa busca de uma ética universal. O que nos une, pode mudar a nossa vida, casa, rua, escola e mundo. Mas se quisermos dialogar sobre as nossas divergências, estaremos fechando as possibilidades de diálogos.
Por Márcio Alexandre da Silva (Márcio Alexandre da Silva é formado em Filosofia e educador da rede pública de ensino do Estado de São Paulo)
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9 de maio de 2014 às 17:11
Bem resumido, professor.
Entretanto, seu pudesse chocar mais ideias, melhor ainda seria.
21 de novembro de 2015 às 07:26
Penso que "Saber quando estamos errados é tão importante quanto saber quando estamos certos".