Nunca em toda a história da humanidade falou tanto na posse de um presidente como esse. Embora essa frase anterior seja marca registrada do presidente Lula, ela pode ser aplicada, com muita propriedade na posse do homem mais poderoso do mundo. O novo presidente dos Estados Unidos se tornou um Super-Homem, não no sentido nietzschiano, e sim no hollywoodiano e norte-americano.
Vimos, lemos e ouvimos sua trajetória política nos meios de comunicações de massa. Ele é a grande aposta para mudança mundial. Veja o que disse o presidente Francês Nicolas Sarkozy: “Nós estamos ansiosos que ele comece a trabalhar para que, com ele, nós possamos mudar o mundo”; e o primeiro ministro de Israel, Ehud Olmert, enfatizou: “Obama mobilizou uma grande quantidade de boa vontade e apoio em todos os setores da sociedade”. Promessa de mudança de mundo, aberto ao diálogo e promotor da paz universal (pax romana). Será que esses líderes acreditam nele (Obama), ou estão fazendo a política da boa vizinhança?
Tenho minhas ressalvas quanto a ele (Barack), ele não governará sozinho, e fez muita promessa, falou muito, tem um adágio popular que diz “Quem muito fala, pouco acerta.” Ele não decidirá tudo sozinho, terá um senado opositor e decisivo, por exemplo. Para solucionar a crise econômica que assola o país ele precisará do apoio dos congressistas opositores. Não podemos nos esquecer da forte indústria bélica que gera cifras enormes para a economia do país.
Eles (industriais bélicos) não se alegrarão muito com o cessar fogo (em alguns países em guerra), pois deixarão de ganhar, e farão pressão popular contra o final da guerra do Iraque (para que ela não finde). Obama prometeu o fim dessa Guerra na campanha eleitoral. Não devemos esquecer que o EUA e os norte-americanos respiram o ar ideológico do projeto neoliberal, sistema econômico que reduz tudo a lei do mercado e do lucro.
No neoliberalismo vale pelo que produz. O detrimento dos enriquecimentos de poucos, culmina no empobrecimento de muitos. Nesse sistema, pouco importa as pessoas, se a natureza esta sendo agredida ou se a violência e as guerras estão aumentando. Como as indústrias enfrentarão mudanças nas políticas ambientais, medidas que os norte-americanos acham nocivas para o desenvolvimento econômico?
Penso que Obama tem boa índole, proposta política, retórica e abertura ao diálogo, mas será impedido por forças maiores. Ele é apenas uma peça do quebra cabeça, e não o jogo inteiro, como alguns pensam.
Termino esse citando Hobbes “Homo homini lupus - o homem é o lobo do homem” ele mesmo fez a afirmação contudente “Bellum omnium contra omnes”, é a guerra de todos contra todos.
Será que o novo presidente seguirá essa lógica hobbineana? Ou não apregoará a paz entre os seres humanos e nações. Será que Obama conseguirá conduzir a bandeira da etica, cidadania, honestidade e fraternindade? Numa situação tão adversa?
Penso que é muita reza para poucos milagres!
O que vocês pesam? Deixe a sua opinião e colaboração.
Assinar:
Postar comentários (Atom)
26 de janeiro de 2009 às 10:49
Texto pertinente.
Muito bem escrito e suas preocupações são as de todos nós.
O Homem pode vir a ser a salvação da lavoura, como pode ser um tremenfdo fiasco.
Diante disso só temos a torcer, já que orar é perigoso, pois o teto do templo pode cair em nossas cabeças.
Abraços e Parabéns.
Carlos Montagnoli
26 de janeiro de 2009 às 11:01
O comentário de Carlos nos deixa duas incógnitas; ele será a “salvação da lavoura” ou “um grande fiasco”.
Essas duas perguntas serão respondidas com o tempo, mas torcemos que o tempo nos mostre ser a primeira (Salvação da lavoura).
26 de janeiro de 2009 às 12:52
Texto bem abrangente que exige muitas ações.Vamos devagar.Concordo que as guerras serão um calo no sapato,pois o lobby no senado é forte.Mas o do petroleo,idem.Parece que na Palestina já houve melhora.Não perceberam que as mudanças climaticas estão ai.Veja os estragos p/mundo.Prefiro aguardar e ai veremos!
26 de janeiro de 2009 às 16:21
Penso que a Nina foi feliz no pedido de cautela na expectativa no cenário internacional.
A Palestina melhorou mesmo a mídia do novo presidente norte-americano amenizou temporariamente os temores?
A Nina Mello, compete a mim, agradecer a colaboração dela nesse interminável debate.
26 de janeiro de 2009 às 17:09
O foco que a mídia tem dado ao novo presidente americano é proporcional à expectativa do mundo, ao sentimento de que algo diferente deve nascer para redirecionar o unilateralismo da era Bush.
Sim forças poderosas irão contrapor as propostas de Obama, mas na minha visão está ocorrendo uma sobrevalorização das ações de grande repercussão - Iraque, crise econômica, lobby das armas, do petróleo etc.. Penso que Obama não vai criar suscetibilidades com essas forças, mas ele tende a usar sua habilidade para que os seus pequenos atos, se somados, tragam mudanças de escopo e direção ao movimento global.
Paciência será a regra, pois no início ele estará focado nas questões internas e na crise econômica. Esperar mudanças rápidas só trará desapontamento.
Abraços,
Nelson Yoshida
27 de janeiro de 2009 às 03:53
O blog é muito bom. Parabéns. Sobre o texto, penso que o próprio Obama é um desconhecido para a comunidade internacional. Ninguém o conhece a fundo, nem suas realizações até aqui. Também não teve cargo relevante no executivo. Apenas tem belo sorriso. E quando o mundo espera o "grande salvador", é sinal de que a crise é forte e ninguém sabe o que fazer. Velhos tempos em que as instituições, por si só, resolviam os problemas.
27 de janeiro de 2009 às 04:30
Um ponto é pacífico terminou a era Bush.
comungo da idéia do Nelson “Ele estará focado nas questões internas e na crise econômica. Esperar mudanças rápidas só trará desapontamento.”
Muitíssimo obrigado Nelson Yoshida pela contribuição.
27 de janeiro de 2009 às 04:32
Olá,
Sou Bruna, trabalho na Edelman, agência de comunicação da Jorge Zahar Editor.
O blog está de parabéns, com textos para refletirmos sobre os acontecimentos da atualiadade!
Uma dica da editora sobre o tema discutido é "Uma Nova República - História dos Estados Unidos no século XX" de John Lukacs http://www.zahar.com.br/catalogo_detalhe.asp?id=0981&ORDEM=A
Aproveitando, quero dizer que a Zahar oferece um cadastro exclusivo em seu site (www.zahar.com.br), para os professores e que dá desconto na compra de livros e facilidades na entrega.
Abraços!
27 de janeiro de 2009 às 04:39
Agradeço os elogios dirigidos ao blog pelo Denis. Estendo esse agradecimento à equipe da Revista Filosofia Ciência & Vida da Editora Escala, por proporcionar esse espaço para debates de temas tão pertinentes. Obrigado a todos da revista na pessoa do senhor Anderson Fernandes de Oliveira, Redator - Núcleo Ciência & Vida.
A crise é forte, precisamos se apegar a esperanças anônimas com até então era o presidente do EUA, Obama.
27 de janeiro de 2009 às 04:41
Agradeço a Bruna pelos elogios ao blog, obrigado.
27 de janeiro de 2009 às 05:24
Para acalorar a discussão pergunto:
Será que não acreditamos em Obama, porque não acreditamos e estamos decepcionados com os seres humanos?
28 de janeiro de 2009 às 06:33
Caro Márcio Alexandre, poste esse comentário, obrigado.
A cargo do "destino" o Lula é presidente do Brasil e o Barack Obama é presidente dos EUA. No Brasil 90% dos eleitores, lamentavelmente, são ignorantes e famintos. Por isso o Lula teve sucesso; nos EUA não é muito diferente, o eleitorado é negro...
É evidente que ninguém é "o salvador da pátria". O Barack Obama vai fazer a parte dele; todos nós temos de fazer a nossa parte para que tenhamos um mundo mais fraterno, mais justo...
Um abraço,
Fraterno Maria Nunes
(26.01.2009)
28 de janeiro de 2009 às 06:33
Caro Márcio Alexandre, poste esse comentário, obrigado.
A cargo do "destino" o Lula é presidente do Brasil e o Barack Obama é presidente dos EUA. No Brasil 90% dos eleitores, lamentavelmente, são ignorantes e famintos. Por isso o Lula teve sucesso; nos EUA não é muito diferente, o eleitorado é negro...
É evidente que ninguém é "o salvador da pátria". O Barack Obama vai fazer a parte dele; todos nós temos de fazer a nossa parte para que tenhamos um mundo mais fraterno, mais justo...
Um abraço,
Fraterno Maria Nunes
(26.01.2009)
28 de janeiro de 2009 às 06:34
O comentário acima foi postado por mim (Márcio) a pedido do autor (Fraterno Maria Nunes.
Essa é a colaboração dele.
28 de janeiro de 2009 às 08:05
Artigo profundo e de enorme valor para nortear a humanidade, que infelizmente se encontra um tanto perdida. Esta matéria deveria ser lida e analizada profundamente pelo nosso presidente Lula, que por uma destas desgraças do gênero humano, simplesmente NÃO GOSTA DE LER, pois esta atividade lhe dá AZIA.
28 de janeiro de 2009 às 08:35
Quanto a disputa política econômica entre os Democratas e Republicanos americanos( aqueles defensores da economia de bens de consumo e estes os representantes dos bens de guerras), "existem mais mistérios entre o céu e a terra em que possa imaginar nossa vâ filosofia" Não acredito em grandes decepções como as que nos deu um espécime raro e com atitudes nazista: o ex Presidente americano, um homem de cabeça fraca.
28 de janeiro de 2009 às 10:23
Anônimo mencionou ser lamentável que o presidente não goste ler, pois perde debates importantes para o nosso país.
28 de janeiro de 2009 às 10:25
Ubiraja bem definiu o ex-presidente dos EUA “um homem de cabeça fraca.”
28 de janeiro de 2009 às 12:06
Muito interessante o texto; realmente Barack Obama é parte de um complexo todo e não se deve esperar que apenas ele "salve a pátria". Como disse Márcio há muitos interesses que talvez cercearão a boa vontade e disposição do novo presidente.
28 de janeiro de 2009 às 12:22
Vale ressalta o que escreveu Waldete “(...) realmente Barack Obama é parte de um complexo todo e não se deve esperar que apenas ele ‘salve a pátria’”.
Pertinentes colocações, Waldete.
29 de janeiro de 2009 às 17:03
Obama parece ser aquele que já foi sem AINDA ter sido. Todos conhecemos o poder da mídia.
29 de janeiro de 2009 às 17:12
Como Humberto disse conhecemos Obama pela mídia, precisamos de mais tempo para conhecê-lo melhor.
Obrigado pela colaboração Humberto.
30 de janeiro de 2009 às 04:17
Obama é o mito da vez... A opinião pública não vive sem mitos.
30 de janeiro de 2009 às 05:15
Tibiriçá, disse que “A opinião pública não vive sem mitos.” Será que nós brasileiros também não vivemos de mitos como Airton Senna, Pelé (Rei do futebol), Xuxa (Rainha dos baixinhos) e um esquerdista no governo (Lula). Será que esse e outros mitos não são criados pela mídia?
O que vocês pensam sobre nossos mitos?
30 de janeiro de 2009 às 16:49
Obama chegou com muitas promessas ao cenário mundial, mas tudo é muito recente para que elas se concretizem. A indústria bélica é sim uma pedra no sapato de Barack, mas ele é só um homem, frente há um país líder mundial, e há muitos problemas que está liderança trás. Solucionar todos os problemas do mundo certamente não o fará, mas ao menos ele tem se mostrado motivado em fazer. O que nos resta é esperar e torcer para que estas promessas não fiquem vagando junto a tantas outras já prometidas.
31 de janeiro de 2009 às 06:57
O que realmente amedronta e, que poderá ser um obstáculo para o governo de Barack Obama chama-se LOBBY e ele o questionou em uma de suas mensagens para o mundo.Não medrou. Que bom seria se o Lula,os nossos deputados, os nossos senadores e a nossa Justiça tivessem tomado conhecimento do discurso de posse e das primeiras decisões de Obama no seu primeiro dia de governo. Que Deus o tenha despertado naqueles dois momentos maravilhosos.
Leônidas Marques
Volta Redonda RJ
14 de fevereiro de 2009 às 08:28
Barack Obama é o cara!
Estou encantada com o presidente dos Estados Unidos. Barack Obama é o cara. Suas primeiras ações como o 44º Presidente da maior potencia capitalista do mundo foram recheadas de simbolismo.
Barack Obama está resgatando um princípio de valor perdido há muitos anos por muitos políticos espalhados pelo Brasil e pelo mundo: a ética.
Palavra pequena com grande significado, ética deriva do grego (ethos) e quer dizer modo de ser, caráter. Em filosofia significa o que é bom para o indivíduo e para a sociedade.
Obama tem resgatado a ética. Ele é ético ao congelar os salários do alto escalão do governo americano. Essa atitude ética demonstra como deve ser a postura de um comandante diante de uma guerra contra a crise que se instalou no seu país e deixa claro que os sacrifícios devem ser feitos por todos, igualmente. Obama é ético quando limita o salário dos altos executivos de bancos e empresas americanas que pegaram dinheiro do governo, para não falirem, e ao mesmo tempo demitiram funcionários e embolsaram milhões de dólares quando milhares de americanos não tinham dinheiro para sustentar suas famílias.
A desativação de Guantánamo, a prisão mais controvertida do mundo, mantida pelos EUA em Cuba, é outra ação ética. Respeitar os direitos humanos dos estrangeiros é uma forma de também ter os direitos humanos de seus compatriotas respeitados em outros países. Respeitar para ser respeitado é uma atitude ética.
A primeira Lei que Barack Obama assinou é linda. A Lei Lilly Ledbetter é ética e impõe a igualdade salarial entre homens e mulheres que exercem a mesma função. Desde que as mulheres entraram no mercado de trabalho a diferença salarial é gritante e isso vai contra os princípios da constituição americana onde, segundo o próprio Obama, “todos somos iguais e temos direito a perseguir nossa própria versão da felicidade”. Isso é ético porque a discriminação salarial faz com que as famílias tenham menos dinheiro para educação, saúde ou para sua própria aposentadoria, algo importante nestes tempos de crise.
Obama tem sido ético de todas as maneiras. Politicamente ou familiarmente, o presidente dos EUA é um exemplo. Ele é ético quando assume publicamente que escolheu uma pessoa errada, que sonegava impostos, para um cargo importante no seu governo. Ele fez a mea culpa e está procurando outra pessoa idônea para ocupar a pasta.
A maneira como trata sua esposa Michelle serve para que homens do mundo todo se espelhem nele. O carinho, a atenção, o cuidado que ele tem com sua mulher é ético. Ele está cumprindo o seu juramento de amá-la e respeitá-la na saúde e na doença, na pobreza e na riqueza. A valorização da família é questão de ética.
O Brasil sempre tentou imitar os Estados Unidos e seria muito bom, para todos os brasileiros, se nossos políticos e governantes também imitassem a ética de Barack Obama. Seria muito bom se a postura dessa turma se tornasse ética. Com ética, esse pessoal deixaria de olhar para os interesses individuais e colocaria o Brasil e os brasileiros acima dos interesses partidários mesquinhos e nocivos para os cofres públicos.
Barack Obama é o cara.
Eliane Sinhasique é
Jornalista/radialista/publicitária - sinhasique13@gmail.com
16 de fevereiro de 2009 às 14:40
Fica registrado as observações de Eliane “Obama tem sido ético de todas as maneiras. Politicamente ou familiarmente, o presidente dos EUA é um exemplo. Ele é ético quando assume publicamente que escolheu uma pessoa errada, que sonegava impostos, para um cargo importante no seu governo.”
Se os brasileiros fossem éticos, talvez não precisássemos nos espelhar nos EUA? Mas suas observações são ótimas e pertinentes, caríssimas Jornalista, radialista e publicitária.
Participe quantas vezes quiser. Obrigado!
Márcio Alexandre da Silva – Autor do texto original
6 de janeiro de 2010 às 17:59
Your blog keeps getting better and better! Your older articles are not as good as newer ones you have a lot more creativity and originality now keep it up!