Talvez fosse aconselhável que ninguém lesse esse artigo! Pois, para publicá-lo nos jornais regionais, seria preciso consumir mão de obra para edição, revisão e impressão, isso é um tipo de exploração. Sem levar em conta a questão ambiental: quantas árvores foram necessárias consumir para a publicação dos jornais? Ainda na mesma lógica podemos concluir que para o jornal chegar hoje na sua casa, trabalhadores e até mesmo crianças foram explorados no corte das árvores. Já pensou nisso! Não! Talvez seja devaneio de literário filósofo. Ou não?
Paro e penso que devo continuar a escrever. Mesmo que seja para ser publicado na internet. Então lembrei que o uso da internet consome energia. Sabe quantas pessoas morrem nas construções de barragens? Tudo isso por capricho? Para que outros e outras leiam meu texto na internet?
Descubro outro motivo para não publicarem meu futuro artigo. A seguir começarei a criticar severamente as propagandas (marketing). Como fazer isso? Se as grandes empresas que patrocinam a edição de muitos jornais, sobretudo de circulação nacional. Como posso ser débil? Criticar uma grande empresa que explora seus empregados e pagam péssimos salários, para que os seus produtos cheguem às gôndolas com preço acessíveis. Que imbecilidade! Não achas?
Vou parar de escrever tão agressivamente. Começarei a cobrar políticas públicas, médicos nos postos, melhoria no transporte coletivo, cobrar arborização na cidade... essas criticas não mexem com as estruturas de nossa sociedade consumista.
O filósofo escocês Adam Smith (1723 – 1790), o pai do liberalismo econômico afirmou em suas obras que o mercado é a mão invisível. Ele só esqueceu-se de mencionar que o CONSUMO é o pé invisível que nos derruba, e nos faz sentirmos obsoletos e nos dirigimos à primeira loja para consumir, sumir e ir... comprar, comprar e comprar.
Embora vos escrevais a próprio punho (caneta), assim o faço a mais de 30 anos. Mas, passou na televisão um notebook lindo. Na propaganda sugeria que para estar conectado com o mundo e ser um homem bem informado devo comprá-lo. Para que? Para saber notícias da guerra Israel X Hamas, ou ver a sapatada no Bush? Que infelizmente errou! Mas esqueci meu senso crítico e decidi, vou comprar! A loja faz em 36 meses. Não importa se quando terminar de pagá-lo ele será ultrapassado. E valerá menos da metade do que paguei. Importa tê-lo.
Precisamos urgentemente mudar a conduta do consumir para uma cultura de assumir compromisso de construir uma sociedade sustentável e fraterna.
Mas a quem recorrer? O socialismo ruiu. O sistema capitalista está em colapso, vítima da sua própria sagacidade. Penso que, nem tanto céu, nem tanto terra, o que precisamos é do meio termo aristotélico, ou seja, o equilíbrio entre consumir e ser. Devemos buscar a solução em algo que não seja intitulado sistema econômico (capitalista e socialista ou qualquer que denomine sistema econômico). Podemos começar valorizando mais o ser humano e a nossa casa (planeta).
Não pensem que tudo desse artigo é devaneio (risos). Não tenho nada contra jornais, foi apenas um joguete literário.
E se não publicarem? Valeu a pena escrevê-lo! Disso não há menor dúvida.
Paro e penso que devo continuar a escrever. Mesmo que seja para ser publicado na internet. Então lembrei que o uso da internet consome energia. Sabe quantas pessoas morrem nas construções de barragens? Tudo isso por capricho? Para que outros e outras leiam meu texto na internet?
Descubro outro motivo para não publicarem meu futuro artigo. A seguir começarei a criticar severamente as propagandas (marketing). Como fazer isso? Se as grandes empresas que patrocinam a edição de muitos jornais, sobretudo de circulação nacional. Como posso ser débil? Criticar uma grande empresa que explora seus empregados e pagam péssimos salários, para que os seus produtos cheguem às gôndolas com preço acessíveis. Que imbecilidade! Não achas?
Vou parar de escrever tão agressivamente. Começarei a cobrar políticas públicas, médicos nos postos, melhoria no transporte coletivo, cobrar arborização na cidade... essas criticas não mexem com as estruturas de nossa sociedade consumista.
O filósofo escocês Adam Smith (1723 – 1790), o pai do liberalismo econômico afirmou em suas obras que o mercado é a mão invisível. Ele só esqueceu-se de mencionar que o CONSUMO é o pé invisível que nos derruba, e nos faz sentirmos obsoletos e nos dirigimos à primeira loja para consumir, sumir e ir... comprar, comprar e comprar.
Embora vos escrevais a próprio punho (caneta), assim o faço a mais de 30 anos. Mas, passou na televisão um notebook lindo. Na propaganda sugeria que para estar conectado com o mundo e ser um homem bem informado devo comprá-lo. Para que? Para saber notícias da guerra Israel X Hamas, ou ver a sapatada no Bush? Que infelizmente errou! Mas esqueci meu senso crítico e decidi, vou comprar! A loja faz em 36 meses. Não importa se quando terminar de pagá-lo ele será ultrapassado. E valerá menos da metade do que paguei. Importa tê-lo.
Precisamos urgentemente mudar a conduta do consumir para uma cultura de assumir compromisso de construir uma sociedade sustentável e fraterna.
Mas a quem recorrer? O socialismo ruiu. O sistema capitalista está em colapso, vítima da sua própria sagacidade. Penso que, nem tanto céu, nem tanto terra, o que precisamos é do meio termo aristotélico, ou seja, o equilíbrio entre consumir e ser. Devemos buscar a solução em algo que não seja intitulado sistema econômico (capitalista e socialista ou qualquer que denomine sistema econômico). Podemos começar valorizando mais o ser humano e a nossa casa (planeta).
Não pensem que tudo desse artigo é devaneio (risos). Não tenho nada contra jornais, foi apenas um joguete literário.
E se não publicarem? Valeu a pena escrevê-lo! Disso não há menor dúvida.
19 de janeiro de 2009 às 08:23
Muito interessante e profundo este texto que abre um horizonte quase inimaginável e inatingível para nossa sociedade consumista desde suas raízes. Estamos na verdade numa encruzilhada filofósica de difícil escolha. O famoso ser ou não ser".
19 de janeiro de 2009 às 11:16
Muito boa a denominação de consumo como pé invisível... Ótimo devaneio literário, expandindo nossa concepção de vida, política através de pequenas coisas rotineiras !
19 de janeiro de 2009 às 13:07
Pertinentes as observações de Iranilson, e seu famoso dilema filosófico e humanístico “ser ou não ser”.
O que achas de trocar essa adágio pelo capitalista “ter ou não ter?”
Na nosso sociedade predomina o ter ou o ser?
Iranilson obrigado pela contribuição nesse debate.
19 de janeiro de 2009 às 13:13
É isso mesmo Júlio, fácil é fazer filosofia com coisas metafísicas. Difícil é filosofar com nossa vida cotidiana.
É essa sensibilidade, do apropriar-se do conhecimento, através da realidade nos cerca! Que falta a nossa sociedade? O que pensa sobre isso nobre Júlio Anselmo?
Obrigado pela colaboração desse importante tema.
19 de janeiro de 2009 às 13:47
A sociedade já se tornou tão consumista que nem percebemos o quanto somos manipulados por este capitalismo boçal. O nosso desejo de ter isto ou aquilo nos faz priorizar coisas tão superfluas, abrindo mão do que é essencial para viver. Este artigo nos mostra um mundo que conhecemos mas que muitas vezes preferimos esconde - lo de baixo do pano, pois não dá ibope falar do trabalho escravo por de trás daquele tênis do ano.
19 de janeiro de 2009 às 13:56
Talvez o consumismo não seja uma característica perversa dos seres humanos, mas sim uma mostra da nossa capacidade inegual no planeta. É fácil criticar a sociedade, mas, às vezes, é preciso pensar se a criticamos por que ela esta errada ou por que temos o simples gosto de discordar do que já existe.
19 de janeiro de 2009 às 13:58
Roseli obrigado pelo belíssimo comentário.
Os meios de comunicações nos vendem um mundo de faz de contas, de novelas, filmes e propaganda.
Não temos força política e ideologia para nos livrarmos dessa ilusão?
19 de janeiro de 2009 às 14:00
Aquele academicismo doente e afastado do real(real no sentido de percepção que nos atinge) realmente nos empobrece e em algumas ocasiões até fazem com que a nobre atitute do filosofar seja rejeitado pela sociedade dita, assim, não filosófica se é que isso existe.
Tem uma frase minha que é a seguinte: " Leia um livro se quiseres a não resposta para uma não dúvida" , ou seja, apesar do carater implicante da proposição por se tratar de uma exposição meramente reflexiva para nos fazer pensar sobre o que estamos lendo, ela representa bem isso que eu mencionei acima.
Sobre o comentário da nobríssima Roseli tenho outra ótima frase mas essa é do filme " Clube da luta": " Nós trabalhamos a vida inteira em empregamos que não gostamos para comprar aquilo que não precisamos". Essa frase traz o conceito de alienação no trabalho e no consumo muito bem expressos dentro do contexto poético e narrativo do filme.
mais tarde comento mais, pois agora tenho que sair...
19 de janeiro de 2009 às 14:22
19 de janeiro de 2009 às 14:31
Nando nos apresentou uma nova leitura da discussão, pertinente, diga-se de passagem, obrigado pela colaboração.
Concordo com ele em partes, pois a sociedade é formada por pessoas normais, quem compõe a sociedade somos nós. Nando será que nós discordamos das coisas existentes simplesmente por discordar o que já existe?
Respeito a sua opinão, mas penso que o grande problema da humanidade é não questionar as raízes dos nossos problemas. O que achas?
19 de janeiro de 2009 às 14:35
O consumismo hoje em dia já é tão monótono que convivemos e praticamos sem nossa própria percepção. E esse texto relata realmente isso, nos mostrando realmente as coisas como são e não percebemos.
19 de janeiro de 2009 às 18:20
O que vemos é o produto final e não o seu processo de como é feito. Não sabemos as conseqüências geradas para se obter qualquer produto que nos é rotulado como o melhor através do marketing realizado por todos os meios de comunicação. Somos impulsionados a consumir cada vez mais, sem nos preocupar com o prejuízo que o planeta possa ter com todo esse “lixo produzido”. Está na hora de despertar, de dar mais valor ao que realmente é importante para nossa sobrevivência, que é o meio ambiente e seus recursos sustentáveis.
19 de janeiro de 2009 às 19:23
Rosângela obrigado pelo seu comentário, coeso e profundo.
Ela tocou com bastante propriedade em dois assuntos a ser debatido por nós: o primeiro é a produção excessiva dos lixos, fruto do consumo descartável. O segundo é a alternativas para criarmos ambiente sustentável, para bem cuidarmos da nossa oikos (casa), popularmente conhecida por planeta terra.
Como nós estamos cuidando do nosso lar (terra)?
Pertinentes observações a serem aprofundadas.
20 de janeiro de 2009 às 08:51
Obrigado por ter enviado o texto, caro Marcio.
A sociedade é como um trem onde somos apenas passageiros, que eventualmente, também podemos ser bilheteiro, condutor, mecânico, etc., e até mesmo podemos participar do projeto e construção do mesmo. Mas o fato é que, individualmente, somos mesmo passageiros, e o trem tem uma característica, vai de um lugar a outro, porque é feito pelo homem, sabemos um ou outro ponto.
A sociedade humanda não é feita pelo homem, pelo menos o homem de carne e osso como nós. Seria feita por Deus?
Não confere, um ser infinito não poderia fazer coisa que precisasse "concertar". Feita pelo "nada"? Pode ser resposta para alguns, mas definitivamente não vejo racionalidade nisso.
Então, é feita por algo de alguma forma, e nós somos "apenas passageiros", cuja inteligência pode "ajudar" quando seguimos as regras do jogo.
Que regras?
Aí está a questão.
Tudo o que você comenta significa "transgressões" às regras, pois senão, estaríamos hoje desfrutando o "paraíso terrestre", como os demais seres vivos, ou como nosso ancestral que apenas "vivia"! Mas evoluímos nossa inteligência, e isso estava no "script", e a partir daí, resolvemos "mudar" as regras, e aí está a coisa. Estamos à beira de uma catástrofe, porque "consumimos" mais do que precisamos, e se alguém consome, há alguém que está disposto a fazer!
O que o capitalismo tem a ver com isso? A faca é responsável pelo criminoso que a usa? Há alguma maneira de se viver hoje no mundo sem o sistema capitalista de produção? Como? E se você consome bobagens, é o capitalismo que é culpado?
Acho que primeiro temos que rever nossos conceitos de racionalidade, de inteligência, etc., começar a "obedecer" e depois poderíamos pensar em como mudar!
Abraços, acho que você desperta idéias e pensamentos!
Ariovaldo.
20 de janeiro de 2009 às 09:08
Interessante a noção de co-responsabilidade de todos na construção de uma sociedade melhor! Bravo é por aí mesmo Ariovaldo.
Ariovaldo, você escreveu na sua mensagem que “A faca é responsável pelo criminoso que a usa?”. Mas será que o capitalismo, não cria em nós a falsa idéia de que sabemos usar a faca (consumo)? Para o bem e para o mal!
Ariovaldo fiz essas colocações para acalorar a discussão, mas enfatizo que seu texto esta muito bem escrito, argumentativo e fundamentado, parabéns. Contribua mais vezes na discussão.
20 de janeiro de 2009 às 10:10
Sem comentários. Parabéns.
20 de janeiro de 2009 às 10:57
Agradeço pela colaboração de Masselli, participe mais vezes.
Obrigado.
20 de janeiro de 2009 às 12:46
Mas a questão de de consumir ou não nem sempre é por luxo, as vezes também se é por necessidade...Não digo que o consumismo desenfreado é justificado por necessidades, digo q há exeções...Claro que um celular novinho com várias funções é um atravivo em tanto...mas depende da pessoa...como Marcio cita no artigo, tudo esse luxo q temos, passou por vários processos...alguém lá atráz sofreu pra q posssamos ler isso agora...Mas é uma consequência...se quisermos ter esse meio de comunicação ou outro qualquer, algo lá no princípio vai sofrer uma "desvantagem"...
mas eu acho q consumir nem sempre é um ato insano ou algo desse tipo...pq pra eu ter meu Computador, qué mtas vezes meu intrumento de diverção, estudos ou passatempo...tive de comprar, tive de gastar...viver sómente pra comer?comer pra sobreviver!!!
acho q na medida do possível vou consumir um pouco a mais sim...às vezes consumir coisas supérfluas, pode ser um modo de me satisfazer...Bom interpretem como queiram, mas eu não vou viber só pra satisfazer minhas necessidades físicas...gasto, compro, como qdo tenho vontade, claro na medida de que posso, tudo dependo do ponto de vista de cada um...
Obrigado pelo tema Marcio!!!
20 de janeiro de 2009 às 16:09
Sem dúvida as datas comemorativas, pelo menos no Brasil, são exemplos simples do consumismo enlouquecido que está presente ano a ano.
20 de janeiro de 2009 às 17:11
Toda regra há exceção. Com bem disse Diego a técnica nunca pode ser vista com vilã, mas temos que saber usá-la.
A crítica não é feita a todo e qualquer consumismo, mas ao supérfluo e excessivo.
Boas observações Diego.
Compareça sempre e contribua, muito bem diga-se de passagem, para o debate.
Obrigado a você Diego pela colaboração.
20 de janeiro de 2009 às 17:16
Outro ponto pacífico tocou Hans Misfeldt. Como consumismos excessivamente nas datas comemorativas (páscoa, dias das crianças, mãe, pais, namorados, natal e outras datas). Será que isso é fruto do marqueting? Ou da nossa cultura de consumir?
Duas perguntas a serem debatidas! O que acham?
21 de janeiro de 2009 às 07:24
Quando paramos para pensar que, a cada dia que passa, mais escravos do consumo nos tornamos, bate uma nostalgia enorme.
Os meios de comunicação nos induzem ao consumo desenfreado e, parece que o ser humano só se sente feliz quando consome.
Nossas crianças já são cobradas desde bebês. Perderam a infância. Será que é a isto que devemos chamar de evolução?
"Ai que saudades que eu tenho
da aurora da minha vida
da minha infância querida
que os anos não trazem mais".
21 de janeiro de 2009 às 07:34
Concordo com Eloíza, o consumo exagerado causa um ‘mal estar’ existencial.
Ela disse que sente saudade do seu tempo de infância. “Ai que saudades que eu tenho
da aurora da minha vida da minha infância querida que os anos não trazem mais”. Com base nessa afirmação: será que não esta na hora de brincarmos mais com as nossas crianças? E pararmos ou diminuirmos os presentes industrializados que inibem a criatividade das nossas crianças.
Você (Eloíza) tocou em pontos estratégicos da nossa relação com as crianças.
Participe outras vezes, trazendo outros horizontes. Parabéns!
21 de janeiro de 2009 às 09:20
Caro professor,
Lendo o seu texto me ocorrem inúmeras idéias. Mas sou capturado pelo fato de que vivemos em uma sociedade, em um mundo, consumista. "Brigar" contra isso, no bom sentido, irá nos trazer insatisfação e infelicidade, vez que individualmente somos impotentes para mudar o mundo. Creio que mais certo seria mudar nossa atitude. Cada um deve saber como fazer sua parte para conseguirmos um mundo melhor; não sem o consumo, mas sem a desumanidade do consumo desmedido, aquele que nos trasforma em seres sem espírito crítico, sem opiniões próprias, sem compaixão. O consumo em si não é um mal. O mal está em fazer do consumo o maior valor da vida. Medir os outros por aquilo que consomem ou ostentam e não por aquilo que pensam, dizem e fazem, enfim, pelo SER. Acho que disse a mesma coisa que você mas com outras palavras.
Abs
Felipe Pugliesi Jr.
21 de janeiro de 2009 às 10:29
Tem um provérbio popular que diz “quer mudar o mundo comece lavando as louças”, ou seja, organizando o espaço a sua volta e sua vida.
Concordo com o Felipe que o consumo em si não é mal, mas quando esse consumir passa ser exagerado torna-se patologia, e é esse estado patológico que deve ser evitado.
Felipe, você expressou muito bem suas idéias de forma clara e coerente. Contribua mais vezes.
Grato.
21 de janeiro de 2009 às 13:30
Caro Professor Marcio.
Nao consegui colocar o meu comentário.
Estou enviando diretamente para o senhor.
Por favor, coloque-o no seu blog.
Obrigado
David Neto
Realmente o texto assinado pelo professor Marcio Alexandre é absolutamente , diferente, inteligente e interessante. A crítica, certamente, é pertinente. Contudo, como viver sem as benesses que o modernismo nos proporciona? Como sobreviver sem as informações que a Internet nos dá em segundos, logo após apertamos uma tecla? O que dizer do celular, da TV e do rádio em tempo real? E pensar que quando o fax foi inventado já tínhamos chegado ao ápice! Pois é professor! Sequer, falei da competitividade, do canibalismo que acontece entre as pessoas. Pós-graduação, MBA, Pós-doc... Toda essa modernidade tem um custo, e, nada baixo, não somente sob o ponto de vista econômico, mas, sobretudo sob o ponto de vista da saúde física e emocional, causando estresse, mudanças comportamentais, de humor, de afetividade e por aí afora. Infaro, hipertensão, diarréia, tumores, e, até azia, que a partir de agora, sem duvida nenhuma, vai virar moda. Veja só. Ao sentarmos à uma mesa para jantar temos ao nosso redor, ao invés da família, filhos, amigos, nada mais nada menos que, TV, DVD, CD, jornais,telefones. O que fazer? A resposta é: NADA. O fato é que nos tornamos escravos de tudo isso, e, parece, não tem volta. De qualquer maneira, permita-me um sugestão: já que o senhor comprou um laptop em 36 meses, gostaria de lhe dizer que conheço uma loja que vende impressoras, cabos USB, câmeras de vídeo, telas LSD, panelas que não enferrujam, sofás, pneus importados, passagens aéreas, perfumes, automóveis, etc,etc,etc, tudo aquilo que desejar, em 12/24/36 vezes. Compre, e não se preocupe. Certamente o senhor conseguirá pagar, porque a crise nunca afetará o nosso país, pois, não passa de uma mera "marolinha", pelo menos é o que o Presidente Lula diz. Ele pediu para que comprassemos. Se com tudo isso mais o desemprego em ritmo galopante ele mantém mais que 70% de aprovação, o que resta dizer é: "Vox populi, Vox dei"! Aí, está um dos maiores profissionais de marketing que o Brasil conheceu e conhecerá em todos os tempos. Viva o seu texto.Maravilhoso.
David Neto - Médico e Jornalista
www.davidneto.com.br/blog
21 de janeiro de 2009 às 13:41
A pedido do autor, acabei de postar e ler o texto do senhor David Neto.
Primeiramente agradeço pelas sugestões de compras (risos)
Entre muitas coisas importantes o médico e jornalista David tocou num ponto importante: “Compre, e não se preocupe. Certamente o senhor conseguirá pagar, porque a crise nunca afetará o nosso país (...)”. A crise esta a nossa porta e o presidente vem em cadeia de TV nacional pedir para consumir, isso é uma piada, de péssimo gosto!
E obrigado pelos elogios ao meu texto e continue a colaborar nessa acalorada discussão.
21 de janeiro de 2009 às 20:31
Quero mais é ser feliz.
Pois é, Marcio, veja você... Mesmo com esse baita imbróglio legado pelos subprimes da vida, com o crédito escasso, bolsas desabando e bancos centenários a ruírem mundo afora, nosso ‘timoneiro’ Lula da Silva recomenda-nos o ... consumo ! “Não deixem de comprar” – diz ele, esquecendo-se que o povão não tem cartão corporativo na mão, como S. Exª e seus auxiliares. Comprar não é o problema; pagar é. O mundo vive um tempo de mais e mais consumo, isto é vero. Por quê ? Bueno... temos cada vez mais e mais necessidades. Quando era criança, lá pelos anos 50, refrigerador era um luxo, só alguns tinham. Os pisos eram em taco, devidamente encerados. Compre cera Parquetina... dizia um anúncio. Usavam escovão para encerar o chão. Baita peso... Alguns (poucos) tinham ‘enceradeira’ – hoje em desuso, já que os pisos modernos tem “Synteco”, “Cascolac” ou então o piso é laminado. Moderno, não ? TV, então, era luxo para alguns. E tinha só em preto e branco, com 3 ou 4 canais abertos. TV a cabo, vídeo-cassete, etc. eram ficção científica. E telefone ? Para poucos. Telefone fixo, quero dizer, não celular, que não havia sido inventado. O fixo custava uma fortuna e os planos de expansão demoravam uma eternidade para te entregar uma linha. Forno de micro-ondas também estava no reino da ficção. Aliás, nem da ficção que ela não chegava a tanto... E por aí vai. Veja você, Marcio... Apenas alguns exemplos de utilidades domésticas absolutamente in-dis-pen-sá-veis nos dias que correm. Como viver (hoje) sem o refrigerador, sem o telefone, sem o micro-ondas ? Mesmo a internet, que há 15 anos ninguém sabia o que era, hoje catalisa as atenções de todos e não passamos mais um único dia sem nos conectarmos com nossos amigos virtuais. O fato é que a questão do consumo ganhou uma dimensão que só tem a crescer na medida em que novas facilidades vão sendo criadas para o bem-estar da humanidade. Para mim, é uma espiral sem volta. E nós, verdadeiros reféns dessa parafernália sem fim. A alternativa ? Caso queiramos viver como nos períodos veterotestamentários, corremos o risco de nos tornar como os Amish (EUA) que não aceitam o uso da eletricidade ou de qualquer forma de modernismo. Alguém encara ? O erro, então, para finalizar, é não praticarmos, civilizadamente, o consumo dos bens ou serviços que a modernidade nos trás, mas vivermos em função de um consumismo exacerbado, desmedido e irresponsável, inclusive desperdiçando os recursos naturais e ambientais. O planeta não agüenta um consumo “à americana” pelos bilhões de pessoas que o povoam. Responsabilidade é a palavra. Comedimento. Preservar os recursos hídricos, as matas, o solo, os ecossistemas; não sermos perdulários; poupar, economizar para os tempos difíceis, como nos ensinava a fábula consagrada da cigarra e da formiga.. Esses são valores que devemos cultuar e passar adiante aos nossos filhos. Sem grilo. E, se inventam uma TV de tela fina, de alta definição, tela grande, com conexão para som, videokê, filmadora e internet, e eu puder, eu compro... Afinal, o que pode haver de mal nisso ? Quero mais é ser feliz.
Forte abraço.
Silvio Natal
22 de janeiro de 2009 às 04:35
Sílvio Natal a tecnologia não é vilã, temos que saber usá-la, como você mesmo disse.
Mas você a de concordar que comprar “(...) uma TV de tela fina, de alta definição, tela grande, com conexão para som, videokê, filmadora e internet (...), você e todos podem adquirir uma aparelho desses se tiverem condições deve comprar, mas usar essa TV lidíssima para assistir BBB, e outros programas que agride a nossa inteligência. É de mais, para nós não achas?
Consideráveis as suas observações.
Participe quando quiser, agradeço.
23 de janeiro de 2009 às 05:34
Instigante o artigo. E a ideia de 'pé invisível' me passou a imagem do pé no traseiro, como forma de punição a quem se submete ao consumismo de forma compulsiva.
Fica a grande questão: como fugir da engrenagem diabólica do mercado, sem eliminá-lo contudo.
Lembro o bordão de um humorista da tv: 'Sei lá, entende?'.
23 de janeiro de 2009 às 15:29
Um grande questionamento foi levantado por Geraldo: “Como fugir da engrenagem diabólica do mercado, sem eliminá-lo, contudo?”.
Alguém ter a formula mágica?
Alguém?
Essas são provocações interessantíssimas.
Agradeço, senhor Geraldo ......
24 de janeiro de 2009 às 18:11
Marcio Alexandre:
concordo com tudo que V. postou no dia 16 jan. 2009.
A propósito leia o que a revista EPOCA de 5 jan 2009 publicou e está na capa: "Viva Melhor com Menos". Muitas pessoas já estão se conscientizando que a ganância do capitalismo ou do neo-liberalismo deve ser repensado.Há outros modos de ser feliz.Butão está ficando famoso!
25 de janeiro de 2009 às 06:12
Sugiro que todos atendam ao pedido de senhor Hiroaki, e leiam a EPOCA de 5 jan 2009 publicou “Viva Melhor com Menos”.
Também sugiro que leiam a Revista Filosofia Ciência & Vida da editora Escala, nas edições dessa revista a vários artigos que debatem essa lógica do mercado consumista. Essa revista (Filosofia – Ed. Escala) deve ser lida por todos os visitantes desse blog, pois abordam temas importantes sobre atuliadade, vida, ética, vida e filosofia, uma interessante viagem. Conheça melhor pelo site oficial da Editora Escala: http://www.escala.com.br/.
25 de janeiro de 2009 às 06:57
Li seu admirável artigo,realmente é o que vem ocorrendo neste nosso mundo atual, de fato somos e estamos sendo brutalmente dirigidos e manipulados por um capitalismo cada vez mais galopante, a partir do momento que tiver-mos a capacidade de priorizar o que de fato deva ser priorizado, o equilibrio acontecerá naturalmente ou seja cabe a nós dar-mos o primeiro passo para que isso ocorra.
25 de janeiro de 2009 às 10:02
Como mencionou Italiano o equilíbrio desse consumismo desenfreado se dará como citou “o equilíbrio acontecerá naturalmente, ou seja, cabe a nós dar-mos o primeiro passo para que isso ocorra.”
A mudança deve se dar no pessoal e ser transmitida ao comunitário.
Belíssima observação Italiano.
25 de janeiro de 2009 às 10:10
(Peço, se possível, colocar no Blog do professor) Muito obrigado.
Caro professor Márcio,
Parabenizo-o pela facilidade de poder expor o pensamento lúcido do nosso povo. Consumir e só consumir e depois a mando dos nossos governantes comprar e comprar até aqui, não se deixa claro suas consequencias, tendo em vista, o salário do nosso trabalhador brasileiro. Aí fica o questionamento: E a inadimplência responsável pela má conduta e obediência, não deve constar da nossa dignidade e responsabilidade?
Antonio Rochael Jr.
Iguape/S.P
25 de janeiro de 2009 às 10:16
A pedido de Antonio Rochael Jr. de Iguape – SP, postei a mensagem acima.
O que chama a atenção no comentário anterior (Antonio) é o incentivo dos governantes ao consumismo (Sobretudo Lula).
Considerável e pertinente reflexão.
25 de janeiro de 2009 às 11:54
Consumimo, como tudo, não deve ser exagerado. Água, morre-se tanto sem ela quanto por excesso. É fácil atacar o consumismo, o automóvel e outros bens de consumo, mas, como seria a vida sem o que temos hoje? Imagine-se veículos a tração animal em vez dos de a motor de combustão e a porcaria geral nas ruas das cidades. Seria inviável, não?
Eu, com 66 anos, conheci: televisão, calculadora eletrônica, fax, computador e telefone celular. É impensável a vida sem esses auxílios. Este blog não existiria, por exemplo.
Temos que defender a Terra? Claro que temos, mas usando conhecimento, bom senso e lógica, associados a fiscalização. Como podem grupo ecologistss atacaram o ramo norte do rodoanel de São Paulo e pouco ou nada fazeram contra a ocupação irregular das margens da Represa Billings?
Finalmente, sobre o consumismo, se ele não existisse, quem empregaria as dezenas de milhões de pessoas nos diversos países? Mas estou de acordo com autor num ponto: á preciso respeito ao ser humano, sempre, não importa a forma de governo ou o sistema econômico.
25 de janeiro de 2009 às 18:48
Penso que Bob Sharp tem total razão quando escreveu que não podemos desmerecer as tecnologias e suas vantagens. Desde que a lógica do mercado não afete diretamente o respeito e a dignidade da pessoa humana.
Agradeço pela opinião.
26 de janeiro de 2009 às 05:50
Marcio, creio que ainda está valendo (depois de 2300 anos)a máxima de Aristóteles " a virtude está no equilíbrio, no meio termo".
Aproveitando o comentário do iranilson (ser ou não ser ), lembro que Hamlet disse : " nada neste mundo é bom ou mau em si mesmo, é o uso que os homens fazem das coisas que as torna boas ou más".
Aproveito para manifestar meu apoio ao senhor Bob Sharp pelo conteudo de seu comentario divulgado no domingo ultimo no forum dos leitores do estadão.
26 de janeiro de 2009 às 08:23
Artigo interessante, de forma leve e descontraída convida-nos a uma reflexão relevante sobre nossa relação com os constantes apelos típicos de uma sociedade consumista inveterada como a nossa.
26 de janeiro de 2009 às 16:26
Agradeço ao Luiz, pelo passeio literários citando Aristóteles, William Shakespeare (Hamelt), citando Iranilson no blog e Bob Sharp no Estadão.
Obrigado Luiz!
26 de janeiro de 2009 às 16:27
Agradeço aos sinceros elogios do Valter.
Muitíssimo obrigado.................
21 de março de 2009 às 12:28
consumismo,um tema que bastante pertinente.
consumir mais e mais para suprir nosso desejos alienados
obrigado..
24 de maio de 2010 às 09:25
Felipe Pugliesi jr...vc é o mesmo de anos atrás, do panela de barro> shalon? mande noticias, fernandesbru@terra.com.br