Honrosamente, dia 15 de outubro é dedicado a todos os educadores e educadoras do Brasil (Dia do professor). Parece sintomático: quando essas datas festivas se aproximam, todos querem comentar a educação, quase sempre colocando os professores na berlinda. Não que outras pessoas que não sejam educadoras não possam emitir sua opinião sobre a educação. Mas o que vemos em diversos meios de comunicação (revistas, jornais e outros de circulação nacional), são economistas, empresários e políticos querendo fazer suas verdades sobre um tema tão peculiar e que é próprio de cada educador. Embora a educação nas unidades escolares deva ser democrática, ou seja, aberta à comunidade escolar e social.
Experiências de escolas participativas dão frutos concretos na realidade social inserida, mas isso não dá o direito de pessoas alheias à situação de ensino e aprendizagem cotidiana serem tomadas por donos das verdades educacionais. Todavia isso (os comentários de pessoas alheias à educação) não seja fator determinante para o insucesso educacional, o que se refere mais à falta de projetos coletivos educacionais.
Justifico a afirmativa anterior, dando as seguintes considerações. Como educador penso e observo que dentro das nossas escolas - públicas ou privadas - temos diversos profissionais, entre eles os educadores, coordenadores, diretores e funcionários, muitos preocupados com as causas pessoais. Infelizmente, na área da educação temos poucas causas coletivas, comuns ou grupais. Vemos diversas causas pessoais incrustradas na organização escolar: "meu projeto", "minha equipe de coordenação" (se é equipe não é sua, mas de todos), "minha festa", "direção" e por aí vamos indo, indo, indo...
Penso que o motivo da falta de eficácia educacional não é só a má formação dos professores, como muitos tentam vender. Temos nossas responsabilidades e devemos assumi-las. O calcanhar de Aquiles da educação no Brasil é a falta de consciência coletiva educacional. E depois, bastante importantes, vêm os vendedores de uma verdade mostrada por economistas e empresários de segunda .
Essa não é uma crítica a nenhum educador e educadora, a não ser a mim mesmo, enquanto agente, também, deste contexto.
Por Márcio Alexandre da Silva (Márcio Alexandre da Silva é formado em Filosofia e educador da rede pública de ensino do Estado de São Paulo)
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24 de outubro de 2008 às 18:57
Ser Educador hoje, exige uma responsábilidade, para construção de sabedoria de um mundo melhor!
É preciso uma valorização por parte dos governantes, da nossa parte, para com os educadores.
A união é importante, pois cair no individualismo, é querer andar para traz, ou seja, não dar sequência para uma "harmonia" . O preparo, a experiência, são pontos fundamentais para o ensino.
É preciso que seja dado, um valor especial, aos educadores, pois nós também fazemos parte dessa história. Não podemos jogar, somente para os educadores a 'responsábilidade". Educadores e cidadãos, tende a caminhar juntos para uma auto-crítica do contexto social que acaba dificultando os acessos para a educação.
Enfim, posso dizer que sem a educação, não somos nada, ou melhor, sem os educadores, não seríamos nada!
Sou Anderson, aluno de filosofia e admiro muito os comentários do professor Márcio.
Esses comentários, me ajudam muito para o desenvolvimento dos trabalhos filosóficos.
13 de novembro de 2008 às 15:06
Excelente artigo.
Sempre bom ler bons escritores.
Abraço.
15 de novembro de 2008 às 04:26
Agradeço ao comentário do senhor Vicentônio.
11 de fevereiro de 2009 às 07:42
li rapidamente os texto,espero fazê-lo com mais vagar à noite. Fico muito feliz por ainda existerem seres pensantes neste país. A Arte ou a competência para escrever são umas das coisas mais belas que o ser humano é capaz de fazer. Parabéns e vamos em frente que ainda está em tempo.
agripino
12 de fevereiro de 2009 às 15:30
DIREITOS HUMANOS E ESTATUTO DOS PROFESSORES
Silas Corrêa Leite
-Como bandidos sentenciados e reincidentes têm direitos, como históricos marajás, corruptos e ladrões inclusive de colarinho branco têm direitos, como crianças sem lar e adolescentes sem carinho e educação de meio e origem têm direitos, como militares e paisanos, empresários e banqueiros têm direitos, como juízes e cidadãos com alto poder aquisitivo em geral têm direitos, como empresários e turistas têm direitos, pregamos a Desobediência Ética com a DECLARAÇÃO DOS DIREITOS HUMANOS DOS PROFESSORES e criamos aqui os primórdios de um necessário, útil e básico
ESTATUTO DOS PROFESSORES
01)-Nenhum Professor será obrigado a reger aulas se não tiver estrutura total para tanto, desde segurança ampla, total e irrestrita, a condições básicas de convivência salutar inclusive ambiental para a sua dinâmica de formar serenamente seres e cidadãos conscientes e saudáveis em todos os sentidos.
02)-Nenhum Professor ganhará menos do que um motorista de caminhão ou juiz, de um deputado ou um profissional liberal como vergonhosamente ocorre nesses tempos, pois, para servir aos herdeiros de todos, inclusive do país em geral, terá que ter uma condição mínima de sobrevida e mesmo vivência social em todos os sentidos, com um salário digno que possa prover seu sustento vital no exercício cotidiano de uma sobrevivência principalmente social, para assim então dar o exemplo de si mesmo inteiro e pleno quando na docência.
03)-Nenhum Professor será obrigado a fazer aquilo que não concorda, por força imperiosa de eventual imposição ilegal, aética ou inumana de uma circunstancial medida impositiva ou autoridade superior hierárquica, já que ninguém é obrigado a produzir provas contra si, e já que a primeira verdadeira autoridade de um ser ou de uma entidade é ser transparente, dinâmica, harmoniosa, e enfocada sempre na dualidade teoria-praxis de todo o processo pedagógico no ensino-aprendizagem
04)-Nenhum Professor sofrerá constrangimento ou tratamento degradante por salário hediondo fundado em interesses políticos neoliberais escusos como vem ocorrendo, em ambiente ainda inapropriado e deficiente, com parte de alunado sem o mínimo de retaguarda legal inclusive familiar, ou falta de racionalidade técnico-administrativo-funcional para a composição objetiva do exercício de sua profissão baseada em respeito e fins claros de edificação e conquista.
05)-Nenhum Professor será desrespeitado quando buscar ajuda em qualquer órgão oficial ou de denúncia em imprensa democrática, e deverá ter sempre e de imediato o constante apoio de uma ágil Promotoria de Cidadania para o embasar de força e respeitabilidade a ser cobrada em sala de aula e meio, inclusive sob o enfoque ético-legal-comunitário de sua profissão de transformador e produtor de conhecimento.
06)-Nenhum Professor deverá ficar em sala de aula, se não tiver estabilidade físico-emocional para tanto, em função do desgaste natural de sua constante prática desgastante, e deverá ter estrutura local de reclicagem e reaproveitamento em caso de qualquer deficiência de percurso de carreira, devendo, para tanto, ser lhe facultado um meio escolar adjacente para o empenho tranqüilo de sua experiência na retaguarda do propósito da escola como um todo e do ensino como um mistér.
07)-Nenhum Professor será atacado impunemente por aluno, responsável inadequado deste ou desfuncional superior imediato, porque todos têm na vida um educador, e o pedagogo terá que ter paz de espírito para continuar sendo exemplo de evolução e propósito sócio-cidadão nesse fito primordial inerente. E depois, sem tranqüilidade ninguém trabalha bem e feliz.
08)-Nenhum Professor será disponibilizado fora de seu meio e contexto educacional, principalmente os aprovados em concurso público e que se baseiam na historicidade de uma educação superior para a regência com princípio de formar uma nova consciência sócio-escolar visando uma comunidade crítica, cidadã, mas, consciente também, além dos tantos direitos, dos deveres essenciais na reciprocidade do processo de ensino como um todo.
09)-Nenhum Professor poderá ser provido de sua liberdade total ao manifestar sua opinião ou critica construtiva contra a situação degradante que se encontra o ensino, principalmente na escola pública atual, invocando-se aqui os direitos que preceituam os embasamentos universais da ONU e a carta magna do país quanto à liberdade de expressão, principalmente pelo formador de opinião que o mestre finalmente representa e sempre na verdade o é.
10)-Todo Professor é Ser e Humano também, é pessoa e cidadã, é gente e profissional em exercício, tendo deveres que vem cumprindo por mais de séculos, mas que aqui, relegado a segundo plano por interesses escusos, busca a legalidade de um seu estatuto básico para também ter seu elo-referencial na linha contemporânea de Direitos Humanos e ser assim também valorado com respeito quando reclama, quando exige, quando indevidamente provido ou remunerado justamente e assim finalmente cobrar condições de estrutura para a docência e não correr riscos nunca de ser ferido no manejo ou no sazonal percursos circunstancial de seu trabalho, por ditames pseudolegais que mais defendem o indefensável (do ponto de vista ético-humanista) e que na resultante o aleijam de uma prática educacional vivenciada de primeira grandeza como pretende e quer, e pela qual estudou, prestou concurso, e ainda luta e sonha.
REVOGAM-SE TODAS AS DISPOSIÇÕES EM CONTRÁRIO
-Primeiro Rascunho Para um Estatuto Ético-Legal-Humanista, com Fito Plural-Comunitário
Prof. Poeta Silas Corrêa Leite - de Itararé-SP, Cidade Poema – Teórico da Educação, Jornalista Comunitário, Escritor Premiado em verso e Prosa (Prêmio Ligia Fagundes Telles Para Professor Escritor) Pós-graduado em Educação, Literatura, Filosofia Para Crianças, Inteligência Emocional e Jornalismo Para Liderança Comunitária (ECA/USP) – Especialista em Direitos Humanos pela USP – Coordenador de Pesquisas da FAPESP (Culturas Juvenis)
Membro da UBE-União Brasileira de Escritores
Diretor Cultural do Elos Clube de Itararé/Comunidade Lusíada Internacional - E-mail: poesilas@terra.com.br
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