No século XIX as informações corriam de forma lenta. Imagine que a notícia de que o presidente norte-americano Abraham Lincoln havia sido assassinado demorou aproximadamente 15 dias para chegar ao continente europeu. Isso não é compressível no nosso século – XXI. Já que os atentados de 11 de setembro de 2001, contra as Torres Gêmeas (World Trade Center), o centro econômico dos EUA e do mundo, foi assistida, em tempo real por pessoas do mundo inteiro.
Todos puderam ver, alguns ao vivo, o segundo avião terrorista batendo em umas das torres e posteriormente ambas desabarem. Como se fosse uma filmagem de Spielberg. Essas imagens foram vistas simultaneamente pelo mundo todo, devido o desenvolvimento e a globalização tecnológica. Se no século XIX a informação era lenta, no XXI, por conta do processo de globalização e modernização, ela é rápida, eficaz e manipuladora em algumas situações – o progresso tem seu preço?
Infelizmente tem um aspecto que a globalização não conseguiu globalizar: o combate e a diminuição da pobreza. Por exemplo, todos os países querem ter posse, ou usufruir da floresta amazônica, alegando que ela é o pulmão do mundo e pertence a todos do globo. Por isso, a maioria, principalmente o EUA, que tem uma política ambiental duvidosa, quer desfrutar da globalização e riqueza da floresta e outras fontes de riquezas naturais. Mas, quando se propõe as nações desenvolvidas, inclusive aos EUA o auxílio aos países subdesenvolvidos eles se isentam da responsabilidade.
A partir do governo de Fernando Collor, na década de 90, houve uma abertura para o neoliberalismo no Brasil. Essa corrente neoliberal moderniza e atualiza as ideias liberais, onde o estado tem função mínima na sociedade. Por conta disso houve um processo de privatizações de empresas estatais, Vale do Rio Doce, FEPASA (concessão temporária), no estado de São Paulo o Banco Banespa e Telesp entre outras empresas estatais que foram concedidas a iniciativa privada. Um exemplo próximo da nossa realidade são as concessões das nossas rodovias, a iniciativa privada faz reformas e manutenção das vias – e cobra encargos dos usuários, os indigestos pedágios.
Outro processo da globalização além da privatização é a terceirização. Que reduz os vínculos empregatícios. No Brasil há a terceirização de muitos setores, tanto público, quanto privado. Sendo assim a prestação de serviços eventuais, não criam vínculos trabalhistas entre empregados e empregador. Essa política do terceiro setor gera mais desempregos e pobreza. Essa terceirização chegou às esferas do estado, e nessa os seus efeitos, às vezes não são positivos. Pois os estados e a federação se comprometem o mínimo com a saúde, educação e outras áreas. Só para citarmos dois exemplos na nossa região. Alguns funcionários da rede pública estadual de educação, que auxiliam na organização escolar (auxiliares de limpezas) em algumas escolas são profissionais terceirizados. O governo não precisa efetivar funcionários. Pagando apenas a empresa terceirizada, que ao término de cada ano ou contrato pode demitir ou não esses funcionários sem vínculos de estabilidades entre empregado e empregador. O Hospital Regional de Assis (HRA) é estadual. Mas, qual é a porcentagem de funcionários dessa unidade efetivos pelo estado paulista?
Temos que viver e conviver com o desenvolvimento tecnológico. Mas com o crescimento das técnicas as civilizações não tiveram a maturidade de criar políticas de sustentabilidade. Todas as formas de dominações que vimos e vivemos nos últimos séculos foram de explorações. Não somente de recursos humanos, mas, também naturais. Com a revolução industrial e o crescimento dessa esfera atingiu níveis degradantes de ofensiva a natureza. Essa é a provocação para nós e para as gerações futuras: como se desenvolver sustentavelmente?
A verdade é que precisamos das técnicas? Mas, nos índices crescentes de degradação na nossa Grande Mãe Terra. Se não mudarmos o uso das técnicas a favor de um sustento adequado do planeta. Em breve não teremos esse planeta. Não da forma que conhecemos agora.
Algo precisa ser feito e começar por nós...
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20 de outubro de 2009 às 07:38
O problema da terceirização foi ressaltado por Zygmunt Bauman no livro "Vida para Consumo", onde ele explicita a falta de vínculo e comprometimento dos trabalhadores com as empeesas onde prestam serviço e o que isso acarreta na economia global. A insatisfação com as funções exercidas hoje são poucas toleradas e, inclusive, a intolerância frente às questões do dia a dia é um dos problemas causados pela globalização. O tema também é discutido pelo autor em outras obras.
Abraços
2 de novembro de 2009 às 03:40
Caro Márcio, você, como Marx,atira no que vê para acertar no que não vê.
Temos um problema de sociedade. Tènica, cientifica e tecnologicamente voa de "jato", mas administrativa e politicamente parece estacionada na imoralidade da época dos Faraós.
O capitalismo que de fato produziu e vai continuar produzindo o fenômeno da Globalização, é uma mera ferramenta, como uma faca. Contudo, da mesma forma que a faca, também é uma arma, a questão é de moral e ética de quem de fato faz uso!!
AS nações capitalistas utilizam o sisetma capitalista de produção, mas com o sistema feudal-medieval de administração e governos, com uma elite aristocrática, autocrática, escravocrata, etc. etc. Produz-se alimentos para mais de 12 bi de pessoas, enquanto a maioria no Globo se alimenta mal, e uma boa parte morre de fome.
As nações comunistas utilizam porcamente o mesma sistema capitalista, porem com uma administração e governo "pre-feudal" ainda tribal. Mal e mal produzem para si próprios, e na maioria das vezes, porcamente!! A URSS faliu, a China tem um 'capitalismo' selvagem do século XIX, e as demais nações comunistas são piadas de mau gosto.
No café da manhã do venezuelano apenas metade de um pequeno biscoito não é importado, graças ao petróleo que o povo americano "queima"!!
Sabe o que é neo-liberalismo? Invenção dos "socialistas" órfãos do Muro de Berlin e da falência soviética, que mesmo assim ainda acreditam na mentira socialista!! Está aí nosso ex-presidente FHC, como ponta de lança do equivoco comunista "light".
Confunde-se o "habitat natural" do capitalismo que é a sociedade democrática pelas leis, com sistemas de governos que ainda são feudais nas nações evoluídas, e tribais no resto do Mundo.
O avanço tecnológico das comunicações tem permitdo que saibamos "on line" as "burrices" que as elites do mundo continuam cometendo, resultado do sistema capitalista de produção. Contudo, nossas elites são iguais às elites dos Faraós, há mais de 4.000 anos atrás, apenas que o "Zé Povo" sequer tinha conhecimento!!
Evoluimos tecnicamente, mas estamos estagnados moral e eticamente, principalmente quando analisamos as elites da sociedade humana!! As "cortes" de hoje apenas têm banheiros de luxo, aviões, carros, computadores, etc., enquanto as dos Faraós usavam "bananeiras", carros de bois, etc. No resto, são imorais, esbanjadoras, escravocratas, etc.etc., tanto lá como cá!! Se houve alguma evolução "social" foi de fato entre a "plebe", que hoje tme usos e costumes muito mais evoluídos (as orgias das elites ainda são as mesmas da época dos Faraós!!)
Você está vendo que algo está errado, como também viu Marx, mas ambos procuram acertar em outra coisa que não tem nada a ver.
O capitalismo que "forjou a ciência como é hoje", que introduziu a Revolução Industrial que fez a humanidade dar um saldo de qualidade, que está forjando a globalização pela comunicação, etc., está apenas "sendo administrado feudal e tribalmente", ainda não temos o sistema administrativo e de governo compatível com o capitalismo.
É como colocar um carroceiro para dirigir um "Fórmula 1", será sorte se apenas quebrar o carro!! Estamos em vias de "quebrar o meio ambiente", que significa o desastre humano, algo parecido como o "fim dos dinossauros"!
Ariovaldo.
23 de setembro de 2010 às 11:09
gostei muito do assunto neoliberalismo e estou querend saber mais
23 de setembro de 2010 às 11:14
amei muito esse assunt
23 de setembro de 2010 às 11:17
saber mais sobre a filosofia e o neoliberalismo e muito bom
23 de setembro de 2010 às 11:19
adorei esse assunt
23 de setembro de 2010 às 11:23
gostei desse assunt
28 de outubro de 2010 às 12:54
gostei do assunto