Como trabalhar o tema política em sala de aula? Difícil? Porém não é impossível!
O pensador político Aristóteles, nascido em Estagira em (384 a.C. - 322 a.C.) empirista; doutrina que atribui à experiência como origem dos conhecimentos – também os políticos. É pela experiência que o ser humano tornar-se “ser político”. Ele refuta o mundo das ideias, defendidas por Platão – teoria da dualidade dos dois mundos (sensíveis e inteligíveis). Aristóteles não concorda com seu mestre Platão de que o mundo sensível é a degradação do mundo inteligível. A política para Aristóteles é aplicável na realidade concreta. Para o pensador toda cidade é a comunidade que busca o bem de todos. A necessidade natural, fez com que eles se reunissem em cidades, tornando-se assim “A primeira comunidade de várias famílias para satisfação de algo, mas que as simples necessidades diárias constituem um povoado” a cidade é uma experiência, um caminho traçado para a auto-suficiência.
Ele distingue duas formas de ciências: teoria e pratica, sendo a primeira [teoria] metafísica e matemática e segunda [prática] ética e política que estamos aprofundando nesse artigo. As ciências práticas referem à atividade política. Se a ética define o que é o bem. A política é os esforços para que o bem seja efetivado. Pois, o homem é um animal político (zoon politikon).
Aprofundaremos dois aspectos da teoria aristotélica, assim ficando: a necessidades das cidades e o ser humano como animal político:
Primeiro: as cidades trouxeram vantagens para a sociedade, mas, com elas [cidades] vimos descaradamente à segregação entre classes, a crescente desigualdade social que culmina e trágicos aumentos de violências e indiferença. Embora não devemos confundir a proposta da cidade grega com as cidades modernas. Mas devemos com essas provocações refletir, como estão as nossas cidades? São habitáveis? Os políticos visam o bem de nossas cidades?
Segundo: como afirmar que o homem é um animal político se poucas pessoas se interessam pela política? Pelo simples fato de que todo ser humano é dotado de racionalidade.
Como o objetivo da política é buscar o bem de todos. Como esse bem pode ser alcançado se senadores recebem benefícios que não eram direitos deles (auxílio moradia) e depois diz que não sabia e que devolverá o montante – e se isso não fosse descoberto? E muito outros abusos de políticos... A resolução dessa problemática esta na associação que muitos fazem, ligando a política única e exclusivamente aos políticos. Esses [políticos] fazem parte da política, mas não é essencial. O primordial é nossa consciência política em cobrarmos infra-estrutura, saúde, educação e outros benefícios.
Você exercita sua consciência política? Efetivando melhoras na sua escola, bairro e sociedade?
Por Márcio Alexandre da Silva (Márcio Alexandre da Silva é formado em Filosofia e educador da rede pública de ensino do Estado de São Paulo- Assis - SP). Contato: marciobressane@hotmail.com
Assinar:
Postar comentários (Atom)
13 de julho de 2009 às 10:13
Oi Márcio, como ninguém comentou, lá vai o meu, e não é crítica, apenas uma complementação.
Acho que o homem não é essencialmente político, ele é essencialmente sociável, e para viver em sociedade, é preciso da política, como ciência de um lado através da cultura, como religião de outro, como moral, e da arte como a ética da excelência. Junte tudo isso e se resume mais do que disse Aristóteles há 2.500 anos atrás, como você também menciona.
Mas você fala das "cidades", também evocando Aristóteles. A idéia de "cidade" para ele, era a ídéia atual de "nação", que surgiu lá pelos meados do sec. XIV da Idade Média Feudal, por causa da dificuldade da Igreja controlar "nações que não eram nações", mas um punhado de "cidades feudais", com reis fantoches, e surgiu o que se chamou de "absolutismo". Contudo, até o advento do capitalismo, as cidades eram ainda pouco mais do que "feudos", e o povão vivia mesmo nos campos. No Brasil isso foi até a década de 40/50, logo deixamos de ser "tribais" há uns 50 anos apenas!!
O capitalismo surgiu da "concentração urbana", produzida pelas Navegações, pela Reforma Regliosa e Prensa Gráfica de Guttenberg, que tiraram o povão da roça e mandaram para as cidades!! E daí surgiu o capitalismo como sistema de produção, uma vez que o sistema feudal, ainda praticamente tribal, não tinha como abastecer as necessidades das cidades, cada vez mais populosas. E da ciência, surgiu a Revolução Industrial, e agora a Revolução da Comunicação!!
Então, para começar, capitalismo não foi nenhum sistema político, foi apenas "sistema de produção",e deveria ser até hoje. Contudo, junto com o sistema de produção não se instroduziu sistema "político de administração" compatível com o capitalismo. Continuou-se o mesmo sistema político feudal, aristocrático e autocrático, que vigora até hoje nas nações "capitalistas", e se regride ao sistema tribal (pré-medieval) nas nações comunistas ou ainda tribais mesmo!! O Mundo hoje é politicamente um "mundo capitalista feudal", ou um "mundo comunista tribal" que encontra terreno fértil no mundo marginal puramente "ancestral"!!
Então, meu amigo, você está certo que se deva ter a matéria "política" na escola, como CIÊNCIA da arte de governar e como RELIGIÃO da arte da moral e da ética, mas jamais como ideologias em geral, corporativas, autocráticas, etc. Se é dessa política que você fala na escola, estamos de acordo.
Acho que estamos falando das mesmas coisas de forna diferente. O bem de todos se pode conseguir com leis justas e boas, e que todos as cumpram religiosamente, etc. etc. Sem isso, seremos as sociedades que vemos, injustas, imorais, anti-éticas, etc., exatamente como já eram também as sociedades dos Faraós, dos Gregos, dos Romanos, dos Senhores Feudais etc.!!
4.000 anos de ensino equivocado? Estou absolutamente convencido de que sim!!
arioba.
28 de fevereiro de 2010 às 13:38
asdfwqe rqwe rqwe
28 de fevereiro de 2010 às 13:45
É muito interessante estudar a Política, mas, como professores e educadores, temos que saber distinguir primordialmente como a coisa deveria funcionar e como ela funciona. Não estou criticando os comentários acima. É bom revelar aos alunos a função da Política, qual o seu papel e também o que os homens fazem dela. E é aí que entra a vergonha nacional, podendo envolver os alunos num debate bastante proveitoso, deixando-os informados sobre teoria e prática, desenvolvendo idéias em debates de como uma possível melhora para a Política Nacional.