Ideologia

A comentarista Maria Lúcia de Arruda Aranha na sua obra Filosofia da educação[1] divide a ideologia em 4 características. Essa síntese (a seguir) foi feita com base no Caderno do Professor de Filosofia[2].

1 – Abstração: Algo material que podem ser divinizados ou diabolizado. Exemplo: o trabalho pode ser algo bom, e em muitos casos é uma dádiva divina, pois lhe dá a estabilidade de sobrevivência ou mantêm as necessidades básicas. Por outro lado o trabalho pode ser considerado “ruim”, pois priva a pessoa do lazer, descanso além dos perigos eminentes de doença causadas por questões trabalhistas. O trabalho em si não é ruim, mas, ideologia impede as pessoas de refletirem sobre as péssimas condições trabalhistas.
2 – Universalização: Um grupo domina o outro, impondo valores como se fossem universais. Exemplo à colonização da América, outro exemplo que pode ser usado são as propagandas, algumas pessoas estereotipadas (brancas e ricas) ditam a moda, cultura, servindo de modelo para os menos críticos.
3 – Lacuna: O que a ideologia não diz. Por exemplo, o Brasil precisa de empresas para se desenvolver, mas não dizem que com a fábrica vem a degradação ambiental e quem pago por isso, somos todos nós. É a impressão de um falso progresso, não que a empresa não seja boa para o desenvolvimento, mas ocultam as conseqüências dessa implantação. Quando as propagandas divulgam a errônea idéia de que somos todos iguais, ricos ou pobres, homens ou mulheres, são pseudo-igualdade ocultadas por questões ideológicas.
4 – Inversão: Essa inversão pode ser ilustrada pelo muito da caverna platônica que confunde as sombras com a realidade. Por exemplo, colocamos valor num objeto (tênis), mas nunca refletimos que possivelmente pessoas foram exploradas como mão de obra barata ou escrava, para a confecção do produto (tênis). A ideologia e os meios de comunicações colocam quase sempre o poder monetário na frente ao humano, talvez essa seja a pior de todas as inversões!

SALA DE AULA
Com base nessas características de ideologia definida anteriormente, foi pedido que os alunos analisassem alguma imagem vinculada nos meios de comunicações. Vejamos a reflexão do aluno Felipe Carro de Camargo[3]


BARACK OBAMA COM A ESPOSA[4]


O aluno seguiu o esquema proposto respondendo as perguntas.
1 – Abstração: A que idéia a foto remete?
R: Que ele esta confiante no seu trabalho. E os norte-americanos poderão ter uma esperança futura.
2 – Universalização: A verdade para todos?
R: Cumprirá todas as promessas feitas em campanha para melhoria e soluções dos problemas do Estados Unidos e do Mundo.
3 – Lacuna: O que não esta dito?
R: Que eles (EUA) continuarão a controlar e explorar os países pobres e/ou invadido por eles em situação de guerrilha (exemplo o Iraque e outros).
4 – Inversão: A aparência pela essência, causa pelo efeito.
R: Aparentemente um salvador, essencialmente um presidente, que terá um congresso que o auxiliara nas mudanças para a política econômica mundial. A inversão, pondo ele como salvador é que nem tudo depende dele. Ele é apenas uma peça do quebra cabeça, e não o jogo inteiro.

Concluo sugerindo que, com essa experiência é possível propor uma reflexão dos alunos e alunas sobre temas atuais.



[1] ARANHA, Maria Lúcia de Arruda. Filosofia da educação. 2 ed. São Paulo: Moderna, 2001.
[2] FILOSOFIA, Caderno do professor. Ciências humanas e suas tecnologias. 1ª série do Ensino Médio. 4º Bimestre de 2008. Secretaria da Educação - Governo de Estado de São Paulo, p. 16 – 17.
[3] Aluno do primeiro do ensino médio da Escola Estadual Clarisse Pelizone de Lima. – Platina – SP.
[4] Barack e Michelle Obama. Disponível em http://images.google.com.br. Acessado em 28 de novembro de 2008 às 12H 25.